quinta-feira, 21 de julho de 2011

Apologética Agnóstica #1: Secularismo - O Medo dos Pastores

Prezados leitores, esta seção do blog se dedica a demonstrar minhas opiniões como agnóstico em relação aos acontecimentos do mundo que me/nos cerca. Peço mais uma vez respeito a minha opinião, em nome dos outros leitores. Nem eu nem ninguém quer ver flame war nos comentários... (Ariel de Oliveira)


O Centro de Pesquisas Pew, instituição estadunidense sem fins lucrativos que estuda costumes e tendências da sociedade aproveitou o 3º Congresso Internacional de Lausanne sobre a Evangelização Mundial, ocorrido na África do Sul, entre 16 a 25 de outubro de 2010, para lançar aos líderes protestantes um questionário.

O relatório ficou pronto no mês passado. As respostas de 2.196 líderes, vindos de 166 países, ajudam a traçar um perfil a nível global da mentalidade dos líderes protestantes contemporâneos, e por sua vez os seus fiéis, cujo número varia de 246 milhões (de acordo com a Pew) a 600 milhões de pessoas (segundo a Aliança Evangélica Mundial). No Brasil, estima-se que a população evangélica seja de 50 milhões de pessoas.


Um dos dados preocupantes levantados pela pesquisa é a má impressão das autoridades protestantes em relação ao Secularismo (doutrina político-filosófica que foca em valores morais e intelectuais desagregados a normas impostas sugeridas por religiosos, amplamente praticado por "não-teístas" como agnósticos e ateus, incluindo este agnóstico que vos escreve).
Tal medo demonstra-se (ao menos em parte) como preconceituoso e tendencioso. Em primeiro lugar, salvo no caso dos neo-ateus (cujo comportamento é criticado por muitos, inclusive este que vos fala, talvez fale sobre isto em outro post), não há proselitismo da filosofia secular. Entre nossos "fundamentos", o que existe é a insistência pela plena laicidade do Estado nas esferas legais e educacionais (veja mais detalhes aqui). Ironicamente, esse mesmo direito à neutralidade religiosa, no caso do Brasil, foi crucial para o desenvolvimento do protestantismo, uma vez que, só a partir de 1889, com as liberdades de culto asseguradas pela República Secularista, puderam vir para cá missionários estrangeiros que fundaram as primeiras denominações de maior porte (como a Assembléia de Deus) Duvido que falem isso no livro sobre o Centenário.


Outra estatística preocupante: para os líderes protestantes, os ateus são a "religião" mais "detestada" dentre eles (E o que é pior, ateus mais exaltados costumam ser hostis com agnósticos também #ninguémmeama T_T).
Esses dados são perigosos, pois, embora pareçam que eles apenas "odeiam o pecado mas não o pecador" (a falácia mais velha do mundo no que tange a proselitizar adversários teóricos ou pessoas de comportamento moral questionável aos padrões deles), quando essa tendência chega aos ouvidos dos fiéis mais exaltados, o "partidarismo cristão" existente entre esses grupos (característica muito comum entre grupos autocráticos, como o nazi-fascismo) gera uma cultura do "nós contra eles", e não tem como sair nada positivo dessa disputa. (Sugestão de filme que fala desse assunto: Senhor, Livrai-nos dos seus Seguidores).

Se você estiver interessado em ver o infográfico completo, cheque a fonte no Pavablog.

2 comentários:

  1. Mickael, manda a fonte junto do comentário da próxima, beleza?

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  2. Opa, perdoe-me, o link está aí e a afirmação está no último parágrafo. http://bit.ly/qjWtOI

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